sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013


Câmbio não será instrumento para controlar inflação, diz Mantega



O câmbio no Brasil está num patamar bastante razoável e "dá certa competitividade" à indústria, segundo o ministro Guido Mantega (Fazenda).
Se dizendo satisfeito com o patamar atual, ele disse que a apreciação da moeda norte-americana registrada no início deste ano, quando a cotação do dólar saiu de algo em torno de R$ 2,10 para um nível ligeiramente abaixo de R$ 2, ocorreu "dentro de uma margem razoável".

"Estamos com câmbio que dá certa competitividade para as exportações brasileiras e que não permite tanta invasão de produtos a preços artificialmente baixos", afirmou.
Pouco antes de iniciar os debates com os países parceiros do G-20, na Rússia, onde a manipulação da taxa de câmbio é um dos temas em pauta, Mantega negou que o governo trabalhe com uma meta para cotação do dólar. "Não há meta", afirmou o ministro.
INFLAÇÃO PREOCUPA
O ministro disse ainda que o câmbio não será instrumento para controlar inflação e que os juros ainda são a principal arma do Banco Central contra alta de preços.
Segundo ele, suas declarações nas últimas semanas --que foram na direção oposta às atuações do BC no mercado de câmbio-- foram justamente para tentar desfazer a ideia que começou a ganhar força no mercado financeiro de que o governo usará a apreciação da moeda, que favorece importações, para tentar segurar a alta dos preços.
O ministro admitiu que sempre que a inflação ultrapassa o centro da meta, isso é uma preocupação para o governo e deixou claro que o BC tem espaço para agir.
"[Inflação] acima do centro da meta já acende o sinal de alerta e o governo fica atento para ver se não vai sair de controle", disse.
"O BC tem que ficar vigilante e se a inflação não ceder espontaneamente, tomará as devidas providências", destacou.
Questionado se isso pode significar alta de juros ano, disse que esse é assunto do BC.
No entanto, o ministro argumentou que o governo vem adotando medidas para tentar minimizar a recente alta de preço. Uma delas, a redução do preço da energia, terá impacto no índice oficial de inflação, o IPCA, de fevereiro.
"Temos que distinguir fatores sazonais de fatores estruturais, que são mais preocupantes. Não vejo fatores estruturais", argumentou. Para o ministro, o cenário para inflação tende a melhorar ao longo do ano.

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