sábado, 9 de fevereiro de 2013


Com corte de gastos, Europa aprova orçamento de 959 bilhões de euros

Após 24 horas de negociações, acordo para os próximos sete anos marca o primeiro corte de gastos da história da União Europeia e reflete os orçamentos austeros de muitos países do bloco

08 de fevereiro de 2013 | 

BRUXELAS - Após 24 horas de muitas tensões e discussões, os líderes europeus definiram um orçamento de 959 bilhões de euros em compromissos para o período entre 2014 e 2020. Dessa quantia, 908 bilhões de euros serão destinados a pagamentos. O acordo marca o primeiro corte de gastos dos 56 anos de história da União Europeia e reflete os orçamentos austeros de muitos países do bloco. O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, comemorou o acordo, dizendo que é um apoio ao crescimento econômico.


"Foram 24 horas longas, mas bem-sucedidas. O Conselho Europeu acaba de chegar a um consenso sobre o próximo orçamento, mas não é um orçamento qualquer. É algo equilibrado e focado no crescimento da Europa para o resto da década", afirmou Rompuy, em entrevista coletiva à imprensa. "Não foi fácil, mas valeu a pena esperar por este resultado."
O acordo atendeu às demandas de países do norte da Europa como Grã-Bretanha e Holanda, que buscavam apertar o cinto, mantendo ainda os gastos com subsídios agrícolas e infraestrutura para satisfazer França e Polônia.
Será a primeira redução líquida para o orçamento de longo prazo na história do bloco, o que representa um decréscimo de cerca de 3% em relação ao último plano de gastos. Houve cortes no orçamento para áreas que vão de infraestrutura a administração, além de pesquisa científica.
Apesar de os líderes já terem ido embora, a saga ainda não terminou, uma vez que o Parlamento Europeu ainda precisa avaliar o acordo e sua aprovação não é certa. O líder do Parlamento, Martin Shultz, criticou o orçamento, dizendo que foi uma "decepção inacreditável" e que, por ter um nível maior de compromissos do que pagamentos, o orçamento é "ilegal".
Rompuy minimizou o comentário, dizendo que a diferença entre os dois números é normal e que o atual orçamento tem uma diferença "da mesma ordem de magnitude". Ele pediu que o Parlamento aprove o pacote e falou da ameaça de alguns líderes de vetar o acordo devido às suas restrições aos gastos. "Não é um orçamento perfeito para todos, mas tem muitos pontos positivos para todo mundo", disse.
A maior parte dos fundos ainda será destinada ao subsídio de fazendeiros em países como a França. Mas uma quantia maior do que no passado, de 34 bilhões de euros, será destinada a setores de pesquisa e desenvolvimento. Cerca de 30 bilhões de euros serão destinados a projetos de transporte, energia e comunicações e 6 bilhões de euros irão para a implementação de uma nova estratégia para impulsionar a criação de empregos para jovens. As informações são da Dow Jones.

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