quinta-feira, 23 de maio de 2013


Um amor distante


Impressões de um viajante sobre um belo país longínquo


Mesmo o mais tarimbado dos viajantes tem uma “to do list” e comigo não poderia ser diferente. Desde as aulas de geografia, eu ficava imaginando como seria o país que ocupa quase toda área territorial daquele que, para nós, é o mais distante dos continentes.

Viajar para Áustralia sempre foi uma vontade e uma enorme curiosidade. O que esperar da terra que para muitos significa cangurus, deserto, praias e “crocodile dundee”?!

Há muito mais a ser explorado nesse país de pouco mais 22 milhões de habitantes, onde hospitalidade e cordialidade estão por todos os lados.

Apesar de ser a sexta maior nação do mundo em área territorial, a esmagadora maioria da população vive na costa leste do país – a mais fértil – separada da gigantesca região árida que ocupa quase 70% do território. É nesse cenário que encontramos Sidney e Melbourne, as duas mais importantes cidades australianas.

Separadas por 880 quilômetros – e com a capital do país, Canberra, entre elas – parecem estar em mundos diferentes. E aqui cabe uma pausa. Esqueça toda e qualquer rivalidade que você já possa ter visto na vida: Brasil x Argentina, São Paulo x Rio, Flamengo e Vasco, Corinthians e Palmeiras… Nada é maior do que a rivalidade entre Sidney e Melbourne. Cada uma – e toda a população – reclamando para si o título de maior e melhor cidade da Austrália.

Melbourne é, sem dúvida, uma cidade mais cosmopolita. Sede de grandes eventos esportivos mundiais, como o Australian Open de Tenis e o GP de Fórmula 1, e com suas ruas tomadas pela maior rede urbana de bondes elétricos (ou apenas Tram), a cidade passa, facilmente, como Milão, San Francisco ou Lisboa.

Três coisas que chamam muito a atenção em Melbourne (na Austrália, em geral) é a limpeza, infraestrutura e a organização. Chegar e sair do Albert Park (parque público onde se realiza o Grand Prix que abre a temporada mundial de Fórmula 1) não leva mais do que 20 minutos do centro – o que faz parecer o mesmo trajeto a Interlagos em São Paulo, no final de semana do GP, um calvário. É difícil acreditar que um evento daquela magnitude cause tão pouco impacto no trânsito e na vida da cidade. Mas que é possível, é. Melbourne dá a lição.

Dotada de uma beleza bucólica, a cidade é cenário de imagens belíssimas como a do voo dos balões de ar quente ao raiar do sol, ou do pôr do sol na revigorada região das docas, onde fica o luxuosíssimo The Crown Tower.

Se você disser a alguém em Melbourne que vai para Sidney, muito provavelmente ouvirá um sonoro “não faça isso!... Não há nada para ser feito por lá a não ser ver a ponte, a Opera House e a Sydney Harbour (no sotaque local, vira algo como rrabaaar)”.

Em verdade, Sidney tem muito mais a apresentar do que as três maravilhas citadas anteriormente. Uma metrópole internacional, que lembra muito grandes cidades norte-americanas, a capital financeira do país é um destino que agrada todos os públicos: fashion, surfer, business, artes…

Uma única cidade com vários ambientes: a city, as belíssimas praias – apesar da fama de Bondi, Bronte Beach é a mais bela delas –, os luxuosíssimos bairros de Vaucluse e Rose Bay ou o exclusivo Point Piper, onde algumas mansões chegam a valer A$ 60 milhões (cerca de R$ 123 milhões).

A cidade tem de tudo. E, assim como no Brasil, a noite do Réveillon é a maior festa do mais reconhecido cenário da Austrália: a Sydney Harbour com a ponte e a Opera House como background.

É impossível ir a Austrália e não se apaixonar. É longe?!
Eu sei, mas vale a pena!

Sydney (Robert Wallace/Tourism Australia)

Melbourne (Hamilton Lund/Tourism Australia)

Bronte Beach (Hamilton Lund/Tourism Australia)

Abertura da temporada de F-1 (Paul Gilham/Getty Images)

(Foto: Ian Waldie/Getty Images)


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