quarta-feira, 6 de maio de 2015











Para o mosquito, nós somos a espécie mais fedida



Uma nova pesquisa indica que, para certas espécies de mosquitos, você “fede” mais do que seu cãozinho.
Não é novidade que alguns mosquitos são “loucos por humanos” (antropofílicos). Eles amam nosso cheiro de suor. A espécie que transmite a malária (Anopheles gambiae), e as espécies que espalham dengue e febre amarela (Aedes aegypti), são particularmente centradas em pessoas.
Segundo o estudo, isso pode ser porque os seres humanos emitem perfumes originais que não são vistos em outras partes do reino animal. A composição única do suor humano parece explicar o seu efeito sobre esses mosquitos antropofílicos.
Os seres humanos têm três tipos de glândulas: as sebáceas, encontradas em todo o corpo, mas principalmente no rosto e na cabeça, que produzem óleos para proteger a pele e o cabelo; as écrinas, encontradas em todo o corpo, que produzem o suor para regular a temperatura (mas este suor é basicamente água com pequenas quantidades de sal e de outros compostos) e as mais fedidas de todas, as glândulas apócrinas, encontradas na axila e nas áreas genitais.
As glândulas écrinas são as mais abundantes no corpo humano, diferente da maioria dos outros mamíferos. Os cães, por exemplo, penam para regular sua temperatura corporal, porque suas glândulas écrinas são limitadas principalmente à base de suas patas. Os chimpanzés e gorilas têm uma mistura de cerca de 60% glândulas écrinas e 40% glândulas apócrinas. Macacos, gibões e orangotangos têm cerca de 50-50%.
A composição de secreções humanas também nos diferencia. A oleosidade da pele humana é cheia de moléculas, chamadas ácidos carboxílicos. Outros mamíferos não têm esses compostos. Assim, em uma sala cheia de vacas e você, você seria sem dúvida o alvo do mosquito.
Um dos detalhes importantes da pesquisa é a conexão com as bactérias que vivem em nossa pele. As bactérias são responsáveis por quebrar as moléculas de suor e deixá-las mal cheirosas. Cada pessoa tem uma “impressão digital” bacteriana. Estas diferenças individuais poderiam explicar porque uma pessoa atrai tanto mosquitos, enquanto a pessoa ao seu lado está em paz.
A predileção por sangue humano é o que torna o A. gambiae e o A. aegypti tão perigosos. Os pesquisadores afirmam que compreender os atraentes químicos humanos pode ajudá-los a desenvolver armadilhas e repelentes, impedindo assim doenças infecciosas.
Porém, há tantas espécies e substâncias químicas que, quando se trata de compreender os compostos envolvidos, os pesquisadores não estão nem na metade do caminho.
O que eles sabem é que crianças tendem a ser menos picadas por mosquitos da malária, talvez porque seu suor seja menos pungente ao A. gambiae. Mas eles picam homens e mulheres na mesma medida. Já o mosquito da febre amarela e da dengue gosta muito mais de homens.
Outra descoberta é que algumas pessoas parecem excretar repelentes naturais. Talvez seja possível produzir e vender um repelente de mosquitos com base nesse estudo. Uma armadilha com uma mistura de ácidos carboxílicos também está sendo testada na África. No momento, não existem armadilhas tão atraentes ao mosquito quanto os seres humanos, mas se for possível replicar nosso cheiro com produtos químicos, uma armadilha extremamente eficaz poderia ser criada.

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