terça-feira, 24 de abril de 2018



Quão perto estamos de ligar nossos cérebros com inteligência artificial?


Um dos maiores sonhos da humanidade é a imortalidade, e uma das formas de fazer isso seria unir a mente à máquina. Mas quão perto estamos de atingir este objetivo? Nos últimos 50 anos, pesquisadores de universidades e laboratórios ao redor do mundo têm feito grande progresso para atingir esta visão.

As empresas Neuralink e Kernel, respectivamente de Elon Musk e Bryan Johnson, anunciaram novas startups que visam melhorar as capacidades de comunicação entre cérebro e computador.
A maioria dos trabalhos recentes de interface cérebro-computador buscam melhorar a qualidade de vida de pessoas com paralisia ou problemas motores severos. Resultados já têm sido observados: a Universidade de Pittsburgh (EUA) desenvolveu um trabalho em que um braço robótico é controlado por sinais cerebrais.
Outra pesquisa que também já apresentou resultados animadores é a da Universidade de Stanford (EUA), em que pacientes paralisados conseguiram digitar frases através de um pequeno implante de um sensor no cérebro. Tudo o que o paciente precisa fazer é imaginar que seu braço está apontando para a letra escolhida na tela do computador, e o sinal é enviado para ele.
Os pesquisadores envolvidos neste trabalho de Stanford já visualizam a tecnologia, quando estiver mais avançada, sendo utilizada para a comunicação com aparelhos domésticos como o ar-condicionado e abrir e fechar portas de forma remota. Isso se chama “internet das coisas”.
Alguns implantes tecnológicos já são bem aceitos por médicos e pacientes, como o Implante Coclear para pessoas portadoras de surdez neurossensorial, que tem uma parte externa e parte interna. A parte externa é composta por um microfone, um microprocessador de fala e um transmissor. A parte interna possui um receptor e estimulador, um eletrodo de referência e um conjunto de eletrodos que são inseridos na cóclea.

Obstáculos

Um dos obstáculos da interface cérebro-computador é que os movimentos são reproduzidos de forma muito mais lenta que a natural, com menos precisão e com menos complexidade do que um corpo realizaria com seus membros naturais.
Olhos biônicos oferecem uma visão em baixa resolução; implantes cocleares podem carregar normalmente uma fala, mas distorcem a experiência musical.
Outro empecilho é que a maioria dessas tecnologias funciona com um implante de eletrodos no cérebro, cirurgia que poucas pessoas considerariam a não ser que houvesse um enorme custo-benefício. Há também o problema dos danos no tecido cerebral. Enquanto esses tecidos são flexíveis e macios, os materiais condutivos tendem a ser rígidos. Esses implantes podem causar cicatrizes e reações do sistema imunológico da pessoa.
Algumas interfaces são não-invasivas, com eletrodos colados no couro cabeludo, e podem ser usados para controle de cadeiras de rodas, braços robóticos e até drones. Mas todos os breves testes realizados com essa tecnologia até agora foram feitos em laboratório, um ambiente tranquilo e silencioso, em que o usuário não está distraído. Por enquanto elas não existem de forma portátil e simples de ser usada em qualquer ambiente.

Futuro biônico

Mesmo com todos esses problemas, os neuroengenheiros estão otimistas em relação ao nosso futuro biônico. As interfaces cérebro-computador não precisam ser perfeitas. O cérebro é incrivelmente adaptável e é capaz de aprender a usar as interfaces da mesma forma que aprendemos a dirigir ou tocar um novo instrumento musical, por exemplo.
Uma interface co-adaptável também é possível, em que a parte eletrônica aprender com o cérebro e se comunica com ele constantemente durante o processo de aprendizado. [Science Alert]

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