quinta-feira, 23 de maio de 2013


OS PASTORES MAIS RICOS DO BRASIL!!
  • 0LuciferLucifer 
    Postagens: 2,069Membro
    MSN Forbes Brasil
    Forbes Brasil
    Atualizado: 18/01/2013 | Por Anderson Antunes, colaborador, Forbes Brasil

    MSN Forbes Brasil
    Forbes Brasil
    Atualizado: 18/01/2013 | Por Anderson Antunes, colaborador- Forbes Brasil
    Bispo Edir Macedo é o pastor mais rico do Brasil com uma fortuna de US$ 950 milhões
    Líder da Universal do Reino de Deus está a frente de Valdemiro Santiago e Silas Malafaia


    A religião sempre foi um negócio lucrativo. E, se você for um pastor brasileiro, a chance de chegar à mina de ouro são grandes atualmente. Mesmo que o Brasil ainda seja o maior país católico do mundo, com cerca de 123,3 milhões de adeptos, o último censo mostra queda na porcentagem, que hoje é de 64,6%, comparado aos 92% de 1970.

    Galeria de fotos: os pastores mais ricos do Brasil

    Enquanto isso, o número de protestantes subiu de 15,4% para 22,2%, ou 42,3 milhões de pessoas. É possível que essa tendência de queda do catolicismo seja contínua e que, em 2030, menos de 50% da população brasileira siga o Vaticano.

    Mas por que os evangélicos estão ganhando a cena religiosa no Brasil? Uma das qualidades mais marcantes é que o progresso material vêm sobre a influência de Deus, enquanto o catolicismo ainda prega um olhar conservador sobre a vida após a morte em vez de pregações, especialmente neopentecostais, de que é certo ser próspero. Essa doutrina, conhecida como “teologia da prosperidade”, é a fundação de uma das igrejas evangélicas mais populares no país.

    O valor do progresso material em parte das igrejas evangélicas é explícito e ativamente promovido. Aline Barros, ganhadora do Grammy que se tornou pastora e tem mais de 900.000 seguidores no Twitter, afirma: “O que você fez para o Reino de Deus? O que você produziu para Deus? Se você está vivo, tem o ar da vida – produza!”.

    Parece funcionar. O Brasil vive um crescimento econômico nos últimos anos. O sucesso da economia não tirou milhões de brasileiros da pobreza, mas elevou as expectativas da classe C. Como estima-se que os muito ricos e os muito pobres permaneceram católicos, a maioria dos protestantes está nessa classe e encontraram na religião um modo de ser grato por seu dinheiro, como uma desculpa para curtir o seu novo patamar na sociedade sem se sentir culpado.

    Em outras palavras, eles estão dispostos a dar de volta para a igreja. Isso tornou algumas religiões em um negócio altamente lucrativo e alguns de seus líderes multimilionários. É a chamada “indústria da fé”.

    Veja o Bispo Edir Macedo, por exemplo. O fundador e líder da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), que tem templos até em outros países, é de longe o pastor mais rico do país, com uma renda estimada* em US$ 950 milhões. O bispo está constantemente envolvido em polêmicas, geralmente por acusações de que sua organização sugou bilhões de reais de doações que deveriam ir para a caridade. Há também denúncias oficiais de fraudes e lavagem de dinheiro. Ainda sim, Macedo pretende liderar seus seguidores por muitos anos.

    Um dos pais da Teologia da Prosperidade moderna, o bispo da Universal passou onze dias na cadeia em 1992 graças a acusações de charlatanismo. Macedo negou tudo no Brasil, mas continua a ser investigado nos Estados Unidos e na Venezuela.

    Como escritor, ele tem mais de 10 milhões de livros vendidos, alguns deles muitos críticos à Igreja Católica e a religiões afrodescendentes. Seu maior passo foi dado no final dos anos 80, quando comprou a Rede Record. Suas outras propriedades incluem o jornal “Folha Universal”, empresas de música, propriedades e um jatinho particular Bombardier Global Express XRS, de US$ 45 milhões. A assessoria de Macedo afirmou que ele não comentaria o assunto.

    Seguidor dos passos de Macedo, Valdemiro Santiago é um ex-bispo da Igreja Universal, expulso da instituição após desentendimentos com o chefe. Foi o bastante para ele fundar a sua própria igreja, a Mundial do Poder de Deus, que tem mais de 900.000 fies e 4.000 templos, muitos dos quais com a sua imagem nas paredes. Ele foi destaque na imprensa no ano passado quando comprou um jatinho igual ao do ex-mestre. Diversas revistas brasileiras estimam que a sua renda chegue a US$ 220 milhões. Ligações e e-mails para a igreja não foram respondidos.

    Em terceiro lugar, está o líder da Assembleia de Deus, maior igreja Pentecostal do Brasil, Silas Malafaia. O mais desbocado do ranking, o pastor se envolve em polêmicas constantes com a comunidade homossexual, da qual ele orgulhosamente se intitula o maior inimigo. Entusiasta da lei que considera homossexualismo uma doença, Malafaia é uma figura presente no Twitter, com mais de 440.000 seguidores. Em 2011, o pastor – que tem uma renda estimada em US$ 150 milhões – lançou a campanha Clube de 1 Milhão de Almas, que pretende levantar R$ 1 bilhão para a sua igreja com intuito de criar uma rede de televisão global que possa ser transmitida em 137 países. Os interessados podem doar valores que começam em R$ 1.000 e podem ser pagos em parcelas. Em troca, ganham um livro.

    Possivelmente o mais ativo na mídia no Brasil, R.R. Soares é o fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus. Também ex-pastor da IURD e cunhado de Macedo, o missionário é considerado o mais humilde entre eles. Seu jatinho privado, um King Air 350, custa apenas US$ 5 milhões. A sua fortuna é estimada, também por diversas publicações, em US$ 125 milhões. Seus representantes não responderam às ligações ou e-mails da reportagem.

    O casal fundador da Igreja Renascer em Cristo, o apóstolo Estevam Hernandes Filho e a bispa Sônia, têm mais de 1.000 templos no Brasil e até alguns na Flórida. Com uma fortuna estimada em US$ 65 milhões por diversas revistas brasileiras, o casal chamou a atenção do mundo quando foi preso em Miami, acusado em carregar mais de US$ 56 mil não declarados. Parte desse dinheiro estava escondido dentro de bíblias, segundo agentes norte-americanos que os barraram no aeroporto. Eles voltaram para o Brasil um ano depois, mas continuam com uma série de processos por diferentes crimes, como a queda do teto de um de seus templos que matou nove pessoas.

    As prisões por fraudes fizeram barulho. Em dezembro de 2010, o jogador Kaká, então amigo do casal Hernandes e membro da igreja, largou a instituição, alegando o mal uso do dinheiro pelos donos. O jogador já havia doado R$ 2 milhões na época que era o seu membro mais famoso. Os representantes de Hernandes também não responderam à ligações ou e-mails da reportagem.

    Tornar-se um pastor evangélico no Brasil é o sonho de muitos jovens. Ao contrário das igrejas protestantes mais tradicionais no país, que requerem que seus pastores tenham algum diploma, as neopentecostais, como a IURD, promovem cursos intensivos para criar pastores por R$ 700 por alguns dias de aula. Mas virar pastor não é apenas uma questão de dinheiro (Malafaia paga até R$ 22.000 para os seus pastores mais bensucedidos, segundo a revista “Veja São Paulo”), é também sobre poder.

    Muitos dos pastores brasileiros ganharam passaportes diplomáticos nos últimos anos, especialmente os que lideram grandes igrejas. Eles também são cortejados por políticos e têm isenção de impostos, o que pode trazer um futuro muito conveniente.

    Como diz a Bíblia, a fé move montanhas. E o dinheiro também.

    *A estimativa das fortunas vieram de números apresentados pelo Ministério Público brasileiro e pela Polícia Federal, assim como a estimativa dos bens privados de cada pastor, publicados pela mídia brasileira, incluindo as revistas “Veja”, “IstoÉ”, “IstoÉ Dinheiro” e “Exame”, e os jornais “Folha de S.Paulo”, “O Globo” e “O Estado de S.Paulo”.

    http://forbesbrasil.br.msn.com/negocios/bispo-edir-macedo-é-o-pastor-mais-rico-do-brasil-com-uma-fortuna-de-usdollar-950-milhões

    Os pastores mais ricos do Brasil

    Mesmo sendo um país predominantemente católico, são 64,6% da população, o número de evangélicos está em crescimento e já soma 22,2% dos brasileiros, ante os 15,4% de uma década atrás.

    Leia mais: bispo Edir Macedo é o pastor mais rico do Brasil com uma fortuna de US$ 950 milhões

    Novo ranking FORBES traz as fortunas dos cinco pastores mais ricos do Brasil. A lista foi estimada segundo dados do Ministério Público e da Polícia Federal, assim como em reportagens publicadas na imprensa nacional.

    Consultados, nenhum quis se pronunciar a respeito.
    http://forbesbrasil.br.msn.com/listas/os-pastores-mais-ricos-do-brasil#image=1

    Veja o ranking a seguir.

    1D91E2F13DB04AA88094AEF8DD52ED_h400_w598_m2_q90_cEkxMQLtf.jpg
    1º) Edir Macedo
    Igreja Universal do Reino de Deus
    Fortuna: US$ 950 milhões

    E0FF675CCAD27F4043B14636BEF4_h400_w598_m2_q90_cwOHmMvuo.jpg
    2º) Valdemiro Santiago
    Igreja Mundial do Poder de Deus
    Fortuna: US$ 220 milhões

    519E26E790807BF6EB4239EDBBD1DA_h400_w598_m2_q90_ccOLwPoTJ.jpg
    3º) Silas Malafaia
    Assembleia de Deus
    Fortuna: US$ 150 milhões

    DD478EDB31906D293CD438F2C5622B_h400_w598_m2_q90_cIGASMSsW.jpg
    4º) R.R. Soares
    Igreja Internacional da Graça de Deus
    Fortuna: US$ 125 milhões

    949A82A9BFDFB7B755C2CBCB020A4_h402_w598_m2_q90_cCRRNHkYp.jpg
    5º) Estevam Hernandes Filho e Sonia Hernandes
    Igreja Renascer em Cristo
    Fortuna: US$ 65 milhões

Um amor distante


Impressões de um viajante sobre um belo país longínquo


Mesmo o mais tarimbado dos viajantes tem uma “to do list” e comigo não poderia ser diferente. Desde as aulas de geografia, eu ficava imaginando como seria o país que ocupa quase toda área territorial daquele que, para nós, é o mais distante dos continentes.

Viajar para Áustralia sempre foi uma vontade e uma enorme curiosidade. O que esperar da terra que para muitos significa cangurus, deserto, praias e “crocodile dundee”?!

Há muito mais a ser explorado nesse país de pouco mais 22 milhões de habitantes, onde hospitalidade e cordialidade estão por todos os lados.

Apesar de ser a sexta maior nação do mundo em área territorial, a esmagadora maioria da população vive na costa leste do país – a mais fértil – separada da gigantesca região árida que ocupa quase 70% do território. É nesse cenário que encontramos Sidney e Melbourne, as duas mais importantes cidades australianas.

Separadas por 880 quilômetros – e com a capital do país, Canberra, entre elas – parecem estar em mundos diferentes. E aqui cabe uma pausa. Esqueça toda e qualquer rivalidade que você já possa ter visto na vida: Brasil x Argentina, São Paulo x Rio, Flamengo e Vasco, Corinthians e Palmeiras… Nada é maior do que a rivalidade entre Sidney e Melbourne. Cada uma – e toda a população – reclamando para si o título de maior e melhor cidade da Austrália.

Melbourne é, sem dúvida, uma cidade mais cosmopolita. Sede de grandes eventos esportivos mundiais, como o Australian Open de Tenis e o GP de Fórmula 1, e com suas ruas tomadas pela maior rede urbana de bondes elétricos (ou apenas Tram), a cidade passa, facilmente, como Milão, San Francisco ou Lisboa.

Três coisas que chamam muito a atenção em Melbourne (na Austrália, em geral) é a limpeza, infraestrutura e a organização. Chegar e sair do Albert Park (parque público onde se realiza o Grand Prix que abre a temporada mundial de Fórmula 1) não leva mais do que 20 minutos do centro – o que faz parecer o mesmo trajeto a Interlagos em São Paulo, no final de semana do GP, um calvário. É difícil acreditar que um evento daquela magnitude cause tão pouco impacto no trânsito e na vida da cidade. Mas que é possível, é. Melbourne dá a lição.

Dotada de uma beleza bucólica, a cidade é cenário de imagens belíssimas como a do voo dos balões de ar quente ao raiar do sol, ou do pôr do sol na revigorada região das docas, onde fica o luxuosíssimo The Crown Tower.

Se você disser a alguém em Melbourne que vai para Sidney, muito provavelmente ouvirá um sonoro “não faça isso!... Não há nada para ser feito por lá a não ser ver a ponte, a Opera House e a Sydney Harbour (no sotaque local, vira algo como rrabaaar)”.

Em verdade, Sidney tem muito mais a apresentar do que as três maravilhas citadas anteriormente. Uma metrópole internacional, que lembra muito grandes cidades norte-americanas, a capital financeira do país é um destino que agrada todos os públicos: fashion, surfer, business, artes…

Uma única cidade com vários ambientes: a city, as belíssimas praias – apesar da fama de Bondi, Bronte Beach é a mais bela delas –, os luxuosíssimos bairros de Vaucluse e Rose Bay ou o exclusivo Point Piper, onde algumas mansões chegam a valer A$ 60 milhões (cerca de R$ 123 milhões).

A cidade tem de tudo. E, assim como no Brasil, a noite do Réveillon é a maior festa do mais reconhecido cenário da Austrália: a Sydney Harbour com a ponte e a Opera House como background.

É impossível ir a Austrália e não se apaixonar. É longe?!
Eu sei, mas vale a pena!

Sydney (Robert Wallace/Tourism Australia)

Melbourne (Hamilton Lund/Tourism Australia)

Bronte Beach (Hamilton Lund/Tourism Australia)

Abertura da temporada de F-1 (Paul Gilham/Getty Images)

(Foto: Ian Waldie/Getty Images)


domingo, 19 de maio de 2013


Bibliotecas do Metrô de SP têm acervo ocioso há oito meses


De Machado de Assis ao moçambicano Mia Couto. De autoajuda à linguística.
Milhares de livros de autores consagrados e de diversos temas, antes disponíveis para empréstimo gratuito em estações do Metrô da CPTM, estão ociosos em prateleiras de bibliotecas do programa "Embarque na Leitura" há quase oito meses.
O acervo ocioso pertence ao Instituto Brasil Leitor, que idealizou e toca o projeto. A Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos cedeu os espaços nas estações.
Sem patrocínio há mais de dois anos, três bibliotecas tiveram que fechar as portas em outubro do ano passado: Tatuapé, Santa Cecília e Brás.
Seis funcionários que atuavam nas unidades foram demitidos e os livros --cerca de 12 mil-- ficaram indisponíveis para o público leitor.
Após o fechamento, usuários reclamaram e houve até um abaixo-assinado na internet pedindo a reativação das unidades. Sem sucesso.
Danilo Verpa/Folhapress
Biblioteca do programa "Embarque na Leitura" fechada na estação Santa Cecília por falta de patrocínio
Biblioteca do programa "Embarque na Leitura" fechada na estação Santa Cecília por falta de patrocínio
A única biblioteca que continua aberta fica na estação Paraíso, na linha 2-verde do metrô --tem patrocínio de uma companhia suíça de aço.
A unidade, com 22 mil pessoas matriculadas, empresta 1,8 mil livros mensalmente.
Na época do lançamento do projeto, em 2004, o "Embarque na Leitura" foi anunciado pelo governo do Estado com o argumento de que as bibliotecas aproximariam os livros dos usuários da rede de transporte sobre trilhos.
Deu certo: o programa tinha, até o ano passado, cerca de 56 mil inscritos e 3,5 mil empréstimos mensais.
O Instituto Brasil Leitor informou que não tem nenhuma perspectiva de reabrir as bibliotecas. As empresas, diz a instituição, estão mirando patrocínios para outras áreas, como a esportiva.
O acervo do "Embarque na Leitura" será levado para outras 70 bibliotecas que o instituto administra no país.
OPORTUNIDADE
A Secretaria de Transportes Metropolitanos diz que apenas cede o espaço para o instituto e que a gestão das unidades cabe ao instituto.
"Para mim, era uma ótima forma de aliar a praticidade de ter uma biblioteca em um local de passagem com uma ótima distração, que é a leitura", disse a estilista Karin Martins, 25.
Ela pegou livros da saga Harry Potter na unidade da estação Tatuapé.
Martins conta que soube do projeto por sua mãe, que todas as semanas escolhia uma obra no programa.
ESTUDO
Um estudo divulgado pela prefeitura de Londres no ano passado mostrou que, em 2011, cada paulistano pegou, em média, 0,7 livros nas bibliotecas públicas. Em Tóquio, o índice anual chega 8,64; em Nova York, 8,32; em Berlim, 6,8 livros.
A pesquisa usou fontes oficiais --no caso de São Paulo, SPTuris e das secretarias da Cultura e do Planejamento.
No total, a capital paulista tem 116 bibliotecas públicas -número muito menor que Paris (830), Xangai (477) e Londres (383). Curiosamente, São Paulo tem mais bibliotecas que Berlim (88).

sábado, 18 de maio de 2013


Nova Lei dos Portos pode trazer R$ 50 bi ao setor

Otimistas com a aprovação da MP 595, empresários preveem a construção de vários novos terminais portuários privados nos próximos anos 



SÃO PAULO - A aprovação da Medida Provisória 595, a chamada MP dos Portos, criou uma onda de otimismo entre os empresários, que apostam no avanço dos investimentos. Com o novo marco regulatório, a expectativa é que setor receba algo em torno de R$ 50 bilhões de investimentos no médio prazo e melhore a eficiência logística do Brasil, calcula a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib).

"A nova legislação retira barreiras para fazer fluir o investimento privado em novos terminais ao longo da costa brasileira, criando condições para atender à demanda de diferentes polos produtivos que se desenvolvem pelo interior do Brasil", destaca a associação, por meio de comunicado.Segundo a entidade, a construção de novos terminais portuários privados nos próximos anos vai provocar impacto no crescimento econômico, na competitividade da economia e na geração de empregos, além de criar oportunidades de negócios em diversas regiões do País. A Abdib também comemorou a liberdade que a nova regulamentação dá aos investidores privados.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também acredita que a aprovação da MP vai abrir caminho para investimentos e modernização dos portos. "O Brasil deu um importante passo para inaugurar um novo ciclo de investimentos na infraestrutura portuária do País", afirma a confederação.
Modernização. Na avaliação da CNI, a aprovação da MP consolida um marco regulatório capaz de atrair o investimento privado na expansão e modernização do sistema portuário brasileiro. "Esse avanço contribuirá sensivelmente para elevar o potencial de crescimento da economia, gerando empregos, renda e riqueza para o País."
Segundo a representante do setor industrial, a recuperação da infraestrutura portuária brasileira e a adoção de práticas modernas de gestão nos terminais são essenciais para recuperar a competitividade do setor produtivo nacional. "A MP dos Portos também avança ao promover a concorrência entre operadores no setor, que resultará na redução de custos. Sem portos que operem de acordo com padrões internacionais de custos e eficiência, a indústria brasileira não conseguirá recuperar sua capacidade de participar competitivamente no comércio mundial."
Para a entidade, a aprovação da MP dos Portos estabelece um horizonte promissor para vencer o cenário de atraso dos portos brasileiros. Na avaliação dos executivos da confederação, há anos a infraestrutura portuária não comporta a crescente demanda de carga marítima que transita pelos terminais do País. Reflexo disso são as longas filas de navios na costa brasileira e custos adicionais que tiram a competitividade do produto nacional.
O estudo Competitividade Brasil 2012, da CNI, mostra que o Brasil tem o sistema portuário menos competitivo entre 14 economias que concorrem diretamente com o setor produtivo nacional no comércio mundial, incluindo nessa lista China, Rússia, Índia e África do Sul. 

terça-feira, 14 de maio de 2013


"Médicos importados" poderão ser proibidos de operar pacientes


A política de abrir o país à entrada de médicos estrangeiros, em gestação no governo, deve direcionar os profissionais à atenção básica de saúde. Pode ser vetado a esse médico realizar cirurgias ou atender pacientes em UTI, indicou o ministro Alexandre Padilha (Saúde).
"Estamos estudando o que países como Canadá e Inglaterra fazem para atrair médicos, dando autorização especial [de atuação], restrita à área de carência de médicos e só na atenção básica de saúde. Não são médicos que poderiam fazer cirurgias, que atendam pacientes em UTI", afirmou o ministro nesta terça-feira (14), em encontro com a Frente Nacional de Prefeitos.
O ministro disse que os detalhes do programa não estão fechados, mas citou a possibilidade de autorização temporária de atuação, visto e registro vinculados a locais carentes desse profissional e da entrada de médicos que atuariam supervisionados.
"Um médico, hoje, pode vir para um hospital de ensino ou de uma universidade e fazer um estágio, atuar como médico dentro desse ambiente. Quando eu coordenava programas na USP, recebia vários médicos de outros países, que ficavam junto conosco estagiando, prescrevendo, tinham registro provisório para isso, sendo acompanhado por nós. Estamos pensando instrumentos de intercâmbio com universidades de Portugal, Espanha e outros países para poder atrair esses profissionais."
NÚMERO DE MÉDICOS
Padilha também não revelou qual é o número de médicos que o governo pretende atrair com esse programa, mas disse trabalhar com "parâmetros". "No Provab, programa para levar médicos para os municípios do interior e periferias, conseguimos atrair 4.000 médicos, mas a demanda que os municípios apresentaram foi de 9.000 vagas."
A Frente Nacional de Prefeitos trabalha com o número de 6.000 médicos.
O ministro afirmou que, na próxima semana, durante reunião internacional da OMS (Organização Mundial da Saúde), pretende discutir o assunto com ministros de países que adotaram programas como este e, também, com os ministros de Espanha e Portugal, países classificados por Padilha como seu "foco" para a atração dos médicos.
O ministro defendeu, ainda, outras formas de se ampliar o número de profissionais e de melhorar a fixação deles em áreas carentes. Por exemplo, incorporando aos cursos de medicina "filhos de trabalhadores, filhos da população mais pobre, pessoas da região rural". "É isso que vai facilitar a fixação desses profissionais", defendeu.

segunda-feira, 13 de maio de 2013


Cientistas norte-americanos criam insetos-robôs que voam

Projeto patenteado em Harvard poderá ser usado na agricultura e para outros fins no futuro



Reprodução
Reprodução
Levou uma década de trabalho, mas os pesquisadores de robótica chegaram ao seu objetivo: criaram insetos-robôs capazes de voar. O trabalho foi descrito na edição da revista científica "Science", publicada na semana passada.
O pesquisador líder Robert J. Wood trabalha neste projeto há 12 anos. O robô em si é menor do que clipes de papel e pesa cerca de 0,15 g. Ele funciona ligado por um pequeno cabo.
No entanto, esses não são os únicos avanços da pesquisa. Apenas para construir os pequenos robôs foi preciso um time, que envolveu dezenas de pessoas ao longo dos anos para desenvolver novas técnicas de fabricação para cada peça do robô. O corpo principal é de fibra de carbono, no qual os pequenos pedaços de plástico servem como "articulações" para pregar do corpo à asa.
Estes corpos robóticos foram desenvolvidos usando o que Harvard chama de técnica "fabricação pop-up", inspirada em livros infantis (conhecidos como "pop-up" nos Estados Unidos). A técnica coloca uma fina camada de material de cada vez no robô e, em seguida, corta-os com um laser. Harvard patenteou o método e já está pensando em uma maneira de comercializar o seu modo para produzir pequenos dispositivos médicos.
Quanto aos insetos-robôs, a nova proposta do time é desenvolver uma maneira de permitir que eles voem sem o fio e programá-los para automaticamente levitem em enxames. assim, eles poderiam ser usados na agricultura, por exemplo, ou até em operações de resgate e projetos similares.

domingo, 12 de maio de 2013


ONG de pastor preso tem verba federal

quarta-feira, 8 de maio de 2013


Conselho de Medicina restringe reprodução assistida para mulheres acima dos 50 anos


O CFM (Conselho Federal de Medicina) determinou que mulheres acima dos 50 anos não devem ser submetidas a técnicas de reprodução assistida.
Os médicos que trabalharam na nova resolução consideraram que, acima dessa idade, a gestação envolve riscos elevados para a gestante, além da ocorrência de nascimentos prematuros e bebês nascidos com baixo peso.
Casos de pacientes acima dessa idade, mas com boas condições de saúde, deverão ser avaliados individualmente pelos Conselhos Regionais de Medicina.
É o que determina uma resolução que altera vários pontos da atual norma do CFM sobre reprodução assistida. A regra será publicada no "Diário Oficial da União" amanhã e sua vigência é imediata.
Editoria de Arte/Folhapress
Quem descumpre a norma incorre em desvio ético profissional, ficando sujeito, em caso limite, à cassação do registro.
"A idade reprodutiva da mulher alcança os 45 anos. Chegamos ao limite de 50 anos após discussão exaustiva", diz José Hiran Gallo, coordenador da câmara técnica sobre o tema no CFM.
O limite vale para quem gera seus próprios filhos e para quem se oferece como "barriga de aluguel" --prática que não pode ter teor comercial.
Países como Estados Unidos e Espanha não têm definido um limite. Já a Dinamarca mantém o teto aos 43 anos, segundo Adelino Amaral, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida, que integrou as discussões.
Fixar a idade máxima para o tratamento em 50 anos é interessante, mas o melhor seria abordar o limite como recomendação, avalia Selmo Geber, ex-diretor da Rede Latinoamericana de Reprodução Assistida.
"Seria bom que se colocasse um adendo: 'A mulher com pouco mais de 50 anos e que esteja apta a levar uma gestação poderia também se beneficiar'."
Outra novidade com relação à atual regra --fixada em 2010-- regula uma situação que tem ocorrido com cada vez mais frequência: a seleção de embriões compatíveis para transplante de células-tronco com um irmão já nascido e doente.
A posição foi elogiada por Ciro Martinhago, médico responsável pela seleção do embrião que se transformou na pequena Maria Clara, de um ano. A menina doou células-tronco para a irmã, que nasceu com uma doença hereditária.
"Tenho mais ou menos cinco casos de [seleção de embriões para transplante] para aplasia medular. A criança corre contra o tempo."
José Roberto Goldim, chefe do serviço de bioética do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, alerta para a necessidade de tratar esses casos como excepcionalidades e de deixar claro que a compatibilidade nem sempre ocorre.
"Poderia haver uma cláusula de prudência nesse tipo de procedimento, encaminhando a sua análise para a avaliação de um comitê de bioética clínica. Isso daria um respaldo para os profissionais e um tempo de reflexão para os familiares", diz.
DESCARTE DE EMBRIÕES
A resolução ainda aborda um ponto que, até então, estava sem regulamentação. Define que, se for de interesse dos "pais", embriões congelados por mais de cinco anos podem ser descartados.
Há, no entanto, outras soluções --a doação para outros casais ou para pesquisa, ou a guarda deles até quando for de interesse dos pacientes.
Arnaldo Cambiaghi, diretor do Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia, critica duramente a possibilidade de descarte, mesmo frente aos custos de se manter um embrião congelado. "Para mim, a vida já existe com o embrião. Descartar é semelhante a provocar um aborto."

segunda-feira, 6 de maio de 2013


Missão Brasil-Japão acha indícios de continente submerso


Em expedição feita em parceria com o Japão, geólogos brasileiros encontraram a presença de granito em uma formação rochosa conhecida como Elevado Rio Grande, uma cordilheira submersa a mais de mil quilômetros da costa brasileira.
Antes, especulava-se que a formação poderia ser de rochas vulcânicas, as mais comuns no fundo do oceano.
A presença de granito nas rochas comprovaria a tese de que parte desse elevado --uma área equivalente à metade do Estado de São Paulo-- é a continuidade da plataforma continental brasileira, que teria caído no fundo do oceano na época da separação do continente sul-americano da África, há cerca de 130 milhões de anos.
O achado pode estender a zona econômica exclusiva na costa brasileira, aumentando o monopólio do país sobre riquezas no fundo do oceano.
Editoria de Arte/Folhapress
A pesquisa, divulgada ontem, faz parte de uma campanha iniciada em janeiro pelo navio japonês Yokosuka, que hospeda o submersível Shinkai 6500, equipamento de alta tecnologia que tornou possível o estudo das rochas.
A expedição é fruto de uma parceria entre a CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais), a Jamstec (Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia da Terra e do Mar) e a USP.
Patrocinado pela Jamstec, o Shinkai 6500 viajará por um ano pelo mundo investigando formações como a brasileira, um projeto estimado em US$ 10 milhões.
"A ida do Shinkai à região fortaleceu o que antes era hipótese. Granito não é uma rocha vulcânica, é um pedaço do continente que foi deixado para trás", disse o diretor da CPRM, Roberto Ventura, dando como exemplo de granito o Pão de Açúcar, um dos cartões postais do Rio.
MERGULHOS
O geólogo da CPRM Eugênio Pires Frasão, um dos seis brasileiros que participaram da expedição, passou cerca de oito horas por dia submerso fazendo a pesquisa.
De 30 de abril a 2 de maio, foram sete mergulhos para coletar amostras.
Mas, para comprovar a tese, a CPRM terá ainda que fazer perfurações no local, o que está previsto para ocorrer ainda neste ano.
Entre agosto e setembro, será lançada uma licitação para contratar uma empresa de perfuração no local.
Para a professora da USP Naomi Ussami, que estuda a formação da Elevado Rio Grande, a descoberta, se comprovada, vai mudar a história do Atlântico Sul, além de resolver um debate que se arrasta há anos sobre a extensão da plataforma continental brasileira.
"Se for pedaço da crosta continental, é um pedaço de Brasil, e aí passa a ser área exclusiva de exploração pelo país", disse.
O navio custou US$ 100 milhões ao governo japonês e o Shinkai 6.500, US$ 130 milhões, investimentos que, segundo pesquisadores brasileiros, estão além das possibilidades do Brasil.
Sem esses equipamentos, o país levaria anos para confirmar as suspeitas de que uma parte do continente se desprendeu na separação do Brasil e da África. Nos últimos quatro anos, o Brasil investiu R$ 80 milhões em pesquisas na Elevado Rio Grande.


   Algo interessante para pensar: recursos dessa ordem para pesquisas estão muito acima das possibilidades do país, mas sempre existe dinheiro, a ser injetado a fundo perdido em Cuba e outras excrescências. 


Provável candidato em 2014, Campos aumenta gastos com publicidade em PE


O governador Eduardo Campos (PSB-PE) aumentou em R$ 7 milhões os gastos com publicidade do governo em 2012, alta de 11% em relação ao ano anterior.
Foram R$ 70,7 milhões na "divulgação governamental em todos os meios de comunicação" ante R$ 63,5 milhões em 2011 (já corrigidos pelo IPCA).
Campos investiu mais em propaganda em 2012 do que, por exemplo, em "fornecimento de transporte escolar" (R$ 42,5 milhões) e em "manutenção dos imóveis da rede estadual de ensino" (R$ 37,5 milhões).
Sob responsabilidade da Secretaria da Casa Civil, os gastos com publicidade representaram 0,3% de todas as despesas do governo de Pernambuco em 2012.

Isto é Eduardo Campos


Alan Marques - 14.jan.2013/Folhapress
AnteriorPróxima
Eduardo Campos, governador de Pernambuco, em entrevista após reunião com a presidente Dilma Rousseff em Brasília em 2013
VÍDEOS
A publicidade do governo incluiu campanhas de combate à violência contra a mulher e de incentivo à leitura, mas também peças de promoção da gestão, como o vídeo "Governo de Pernambuco: Um novo jeito de governar".
O aumento dos gastos se deu a dois anos da provável candidatura do governador pernambucano à Presidência e no ano em que apoiou a candidatura vitoriosa de Geraldo Julio (PSB) à Prefeitura do Recife.
"Esse gasto não foi feito para informar a população sobre o que aconteceu no Estado. Ele foi abertamente feito para influenciar nas eleições que estavam em curso", disse o líder da oposição na Assembleia, Daniel Coelho (PSDB), derrotado no pleito do Recife por Geraldo Julio.
A Casa Civil de Pernambuco atribuiu o aumento dos gastos em 2012 à alta de preços da atividade publicitária.
RECORDE
Este ano, segundo o Portal da Transparência estadual, publicidade e propaganda institucional já custaram quase R$ 8 milhões, 0,1% das despesas liquidadas.
O gasto recorde do governo Campos foi em 2009, um ano antes da reeleição. Foram R$ 79,8 milhões, em valores atualizados.
Folha solicitou ao governo do Estado, via Lei de Acesso à Informação, o detalhamento das despesas com publicidade desde 2006.
A Casa Civil recusou o pedido sob justificativa de que a solicitação "foi feita sem qualquer justificativa plausível, nem tampouco demonstração específica da necessidade da informação".
Para solicitar informações pela Lei de Acesso não é necessário apresentar justificativa, mas o órgão deve justificar uma possível recusa de acesso aos dados.
OUTRO LADO
A Secretaria da Casa Civil de Pernambuco atribuiu o aumento de 11% nos gastos com publicidade aos maiores custos relacionados à atividade.
"Além disso, a consolidação das políticas públicas que norteiam o trabalho do governo trouxe a necessidade de novas abordagens de comunicação", informou a pasta.
O governo diz que as peças publicitárias servem para informar, promover o turismo e atrair investimentos.
Também avaliou a elevação como "inteiramente necessária" por considerar que o Estado "gasta pouco com publicidade" e nunca ultrapassou, na atual gestão, limites de gastos previstos em lei.

Fatia da indústria automobilística no PIB cresce 45,6% em 11 anos

Participação passou de 12,5% em 2000 para 18,2% em 2011; setor tem sido beneficiado por políticas de estímulo desde a década de 50; no mesmo período, a indústria de transformação perdeu espaço, caindo de 17,2% para 14,6%


RIO - Os incentivos do governo à indústria automobilística levaram ao crescimento do setor na última década. Mas os ganhos de produção das montadoras, beneficiadas por políticas específicas desde a década de 50, não se disseminaram pelo restante dos segmentos produtivos, mostra estudo feito a pedido do ‘Estado’. A indústria pesada perdeu espaço na economia.

A participação do setor automotivo no Produto Interno Bruto (PIB) da indústria saltou 45,6% em 11 anos, passando de 12,5%, em 2000, para 18,2%, em 2011, apontou o estudo, conduzido pela professora Nara Simone Roehe, especialista em políticas industriais para o setor automotivo e doutora pela PUC do Rio Grande do Sul.
No mesmo período, a indústria de transformação perdeu 15,1% de sua participação no PIB total. A fatia caiu de 17,2% para 14,6%, de acordo com os dados das Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2012, a participação ficou ainda menor, apenas 13,3%.
O crescimento do peso da indústria automobilística põe lenha na fogueira do debate sobre as políticas industriais. Em março, ao anunciar a prorrogação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido até o fim do ano, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, justificou os incentivos citando a importância da indústria automotiva, que representaria 25% da produção industrial.
Segundo o IBGE, apenas a fabricação de veículos automotores - sem considerar a cadeia - respondeu por 9,8% da produção industrial em 2012, contra 7,3% em 2003. Independentemente dos números, para os críticos, os custos superaram os benefícios. "As políticas de hoje só incentivam o consumo e a montagem. É uma política horizontal, não existe nada vertical", diz Nara Simone.
Opiniões a parte, a trajetória do setor automotivo se confunde com a própria industrialização do País, na década de 1950. Até o fim daquela década, a indústria começaria a engatinhar com nove empresas, apenas três fabricando carros: as americanas General Motors (GM) e Ford e a alemã Volkswagen.
Como primeiro incentivo, em 1952, restrições à importação foram introduzidas progressivamente, incentivando a fabricação local. A proteção à indústria local, tradicionalmente, é o primeiro passo das políticas industriais - e, na visão dos críticos, deve sempre ser temporária.
Quase 60 anos depois, em 2011, o governo elevou o IPI sobre carros importados em até 30 pontos porcentuais, atraindo críticas fora do setor automobilístico e dando munição para contestações de países como Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e da União Europeia, que poderão recorrer às instituições internacionais de comércio, como revelou o Estado no último domingo.
O caminho das políticas para a indústria automotiva, porém, teve altos e baixos. Após o impulso inicial nos anos 1950, nos anos 1960 e 1970 o setor seria mais beneficiado pelo boom generalizado do "milagre econômico" da ditadura. Na década de 1980, cairia no ostracismo da "década perdida".
Apenas com a estabilização dos anos 1990, o incentivo específico à indústria automotiva seria retomado, com foco na descentralização geográfica. Hoje, os polos automotivos espalharam-se por Rio Grande do Sul, Paraná, Sul Fluminense, Bahia e, mais recentemente, Pernambuco.
Segundo a Anfavea, entidade representante do setor, em 2012 havia 53 fábricas em 9 Estados, de 26 empresas entre fabricantes de automóveis, veículos comerciais leves, caminhões e ônibus - 9 produzem carros de passeio. Com 3,3 milhões de unidades produzidas, o País é o sexto maior produtor do mundo.
Quarto maior. Enquanto isso, o País retomou o crescimento econômico e da renda. Na esteira da emergência da "classe C", assumiu a posição de quarto maior mercado automobilístico do mundo, atrás de China, Estados Unidos e Japão, pela ordem, segundo a Oica, entidade mundial de fabricantes de veículos.
Essa condição atrai investimentos. Mapeamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aponta que a indústria automotiva investirá R$ 63 bilhões de 2013 a 2016, 50% acima do no ciclo de 2012 a 2015.
Embora o anúncio de investimentos coincida com o Inovar-Auto, a nova edição do Regime Automotivo, alguns atores da indústria destacam a importância do movimento global. Com a crise mundial, a demanda nos países desenvolvidos está no limite e os mercados emergentes são um alvo natural.
"Atualmente, temos grandes dificuldades na Europa", afirmou o presidente mundial da PSA Peugeot Citröen, Philippe Varin, na inauguração da expansão da fábrica do grupo em Porto Real (RJ), no fim de janeiro.
Segundo o executivo, Brasil, Rússia e China são centrais na estratégia de elevar a 50% a fatia das vendas fora da Europa até 2015. Em 2012, os mercados fora da Europa responderam por 38% das vendas do grupo, contra 24% em 2009.

sábado, 4 de maio de 2013


Tachado de louco, agricultor de SC 'revolucionou' plantio no Brasil


Nasci em Rio do Sul (SC), em 1937. Sou filho de alemães. Minha mãe era enfermeira, enviada ao país pela Cruz Vermelha. Meu pai, um imigrante que fugiu da crise de 1929.

Quando tinha um ano, fomos morar na Alemanha para minha mãe tratar uma doença no coração. A ideia era logo voltar ao Brasil. Mas, quando acabou o tratamento, a Segunda Guerra Mundial havia começado. Fomos impedidos de deixar o país.
Em 1945, meu pai foi convocado pelo exército alemão e enviado à Rússia. Foi capturado e feito prisioneiro. Com minha mãe e quatro irmãos, fomos morar em Dresden, com meus avós maternos.

Herbert Bartz

 Ver em tamanho maior »
Sergio Ranalli/Folhapress
AnteriorPróxima
O agricultor Herbert Bartz em solo com palha, característica do sistema de plantio direto
Na noite de 13 de fevereiro houve um grande bombardeio aéreo dos aliados a Dresden. A cidade inteira foi incendiada. Ficamos no porão de uma casa. Éramos 15. O calor chegava a 80ºC por causa do fogo na parte externa. Sobrevivemos porque senhoras jogavam água sobre a gente.
Quando saí, vi esqueletos queimados sobre o asfalto.
Meu pai foi libertado da Rússia em 1948, pesando 44 quilos. Minha mãe morreu em 1958 e meu pai decidiu que era o momento de buscar prosperidade no Brasil. Abandonei a faculdade de engenharia hidráulica no primeiro ano e chegamos em 1960.
Em Rolândia (PR), comprou um sítio, que chamou de Rhenânia, região da Alemanha onde vivíamos.
Sergio Ranalli/Folhapress
O agricultor Herbert Bartz em solo com palha, característica do sistema de plantio direto
O agricultor Herbert Bartz em solo com palha, característica do sistema de plantio direto
O café era o produto principal do norte paranaense. O sítio tinha 5.000 pés. Colhemos e erradicamos os cafezais. Percebemos que não nos adaptaríamos ao trabalho braçal que o café exigia.
Passamos a criar porcos e a plantar milho, arroz e trigo. Em 1964, comprei o primeiro saco de semente de soja.
Mas a prosperidade não chegava. Havia geadas e doenças como a febre aftosa.
Meu pai desanimou. Insisti em viver da terra. Em 1966 ele arrendou o sítio para mim. Investi em máquinas, arrendei terras dos vizinhos e passei a trabalhar mais ainda.
Porém as grandes perdas com a erosão me aborreciam muito. A prática era preparar o solo, deixando-o nu para fazer o plantio, e a cada chuva a terra era levada para os rios.
Numa noite de outubro de 1971, constatei que ou essa situação mudava ou não daria mais. Uma grande chuva estava se formando. Sempre que isso acontecia eu não conseguia dormir. Levantei e fui olhar a lavoura.
Foi uma tromba-d'água. Vi a água levando a terra e sementes recém-plantadas.
No Brasil, não havia solução para a erosão. Tinha que ver fora do país.
Na Alemanha não encontrei nada. Na Inglaterra vi agricultores que colhiam trigo e deixavam a palha no chão, mas a queimavam para plantar a safra seguinte, por causa dos maquinários que tinham. Não gostei.
Nos EUA, visitei o produtor Harry Young, que já plantava no sistema de plantio direto havia dez anos.
Vizinhos dele plantavam no chão coberto com palha. Fiquei eufórico, convencido de que ali estava a solução para o meu problema.
Encomendei uma semeadora própria para plantio direto. A máquina chegou ao Brasil em outubro de 1972.
LOUCO
Quando me viram plantando soja sobre a palha do trigo, os vizinhos me chamaram de louco. Até agrônomos e institutos de pesquisa se posicionaram contra mim. Chegaram a atear fogo à palha que deixei sobre o solo.
Surpreendentemente fui bem, com quase 30 sacas por hectare. Parte da safra chegou a ser embargada pela PF, pois um agrônomo denunciou que a soja era ilegal.
Em 1973, o preço do diesel disparou com a crise do petróleo. Passaram a se interessar pelo que fazia, porque o plantio direto economiza combustível, pois não é preciso fazer o preparo do solo.
Foram aparecendo herbicidas que matavam só as invasoras e máquinas mais eficientes para cortar a palha e fazer o plantio. Em 1977, já colhia 50 sacas por hectare. E o solo ficava mais fértil.
Aos poucos, colegas foram aderindo ao sistema.
Tenho certeza de que é possível, com o plantio direto, recuperar áreas degradadas. Não destruímos mais a terra, conseguimos construi-la.
Vão me homenagear com título de doutor. Eu que nem tenho diploma universitário. Sinto-me honrado e feliz.