terça-feira, 14 de maio de 2013


"Médicos importados" poderão ser proibidos de operar pacientes


A política de abrir o país à entrada de médicos estrangeiros, em gestação no governo, deve direcionar os profissionais à atenção básica de saúde. Pode ser vetado a esse médico realizar cirurgias ou atender pacientes em UTI, indicou o ministro Alexandre Padilha (Saúde).
"Estamos estudando o que países como Canadá e Inglaterra fazem para atrair médicos, dando autorização especial [de atuação], restrita à área de carência de médicos e só na atenção básica de saúde. Não são médicos que poderiam fazer cirurgias, que atendam pacientes em UTI", afirmou o ministro nesta terça-feira (14), em encontro com a Frente Nacional de Prefeitos.
O ministro disse que os detalhes do programa não estão fechados, mas citou a possibilidade de autorização temporária de atuação, visto e registro vinculados a locais carentes desse profissional e da entrada de médicos que atuariam supervisionados.
"Um médico, hoje, pode vir para um hospital de ensino ou de uma universidade e fazer um estágio, atuar como médico dentro desse ambiente. Quando eu coordenava programas na USP, recebia vários médicos de outros países, que ficavam junto conosco estagiando, prescrevendo, tinham registro provisório para isso, sendo acompanhado por nós. Estamos pensando instrumentos de intercâmbio com universidades de Portugal, Espanha e outros países para poder atrair esses profissionais."
NÚMERO DE MÉDICOS
Padilha também não revelou qual é o número de médicos que o governo pretende atrair com esse programa, mas disse trabalhar com "parâmetros". "No Provab, programa para levar médicos para os municípios do interior e periferias, conseguimos atrair 4.000 médicos, mas a demanda que os municípios apresentaram foi de 9.000 vagas."
A Frente Nacional de Prefeitos trabalha com o número de 6.000 médicos.
O ministro afirmou que, na próxima semana, durante reunião internacional da OMS (Organização Mundial da Saúde), pretende discutir o assunto com ministros de países que adotaram programas como este e, também, com os ministros de Espanha e Portugal, países classificados por Padilha como seu "foco" para a atração dos médicos.
O ministro defendeu, ainda, outras formas de se ampliar o número de profissionais e de melhorar a fixação deles em áreas carentes. Por exemplo, incorporando aos cursos de medicina "filhos de trabalhadores, filhos da população mais pobre, pessoas da região rural". "É isso que vai facilitar a fixação desses profissionais", defendeu.

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